sexta-feira, 24 de julho de 2015

Madredeus

Romantismo

1436664605809-01
Há um pequeno romantismo  nas coisas pequenas. No copo sobre a mesa e na vela. Na névoa e, sobretudo, nas pequenas gotas de chuva sobre os galhos.
Há um não-sei-quê de mistério nessas pequenices. Objetos inanimados, cenários que se oferecem à contemplação, a natureza e sua naturalidade. Tudo espera. Que lhes seja atribuído um olhar de significação e sentido para além do simples fato de estarem ali, (dis)postos na mesa ou no mundo. Que lhes seja restituído o valor de provocarem  alegrias pequenas.
De súbito, recordo MadreDeus: “coisas pequenas são/ coisas pequenas/ são tudo que eu te quero dar/ e essas palavras são/ coisas pequenas/ que dizem que eu te quero amar/ amar, amar, amar/ só vale a pena/ se tu quiseres confirmar/ que um grande amor não é /coisa pequena/ que nada é maior que amar.”
Há, sim, um pequeno romantismo nas coisas pequenas. E há um só motivo para havê-lo: o romantismo maior que mora dentro. De mim. De ti. De (quase) todos nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário